julho 11, 2013

Educação e cultura a serviço da elite

Em 1827 o governo de dom Pedro I promulgou a primeira e única lei sobre instrução priméria do período imperial. A partir de então, algumas escolas de nível primário foram criadas no Brasil. Ao mesmo tempo, o recrutamento e a contratação de professores passaram a ser objeto de controle do Governo Central.

A partir de 1835, surgiram os primeiros estabelecimentos para a formação de professpres, as chamadas escolas normais. Também na décade de 1830, foram criados os primeiros colégios laicos de nível secundário. O mais importante desses estabelecimentos seria o Colégio Pedro II, inaugurado em 1837 na cidade do Rio de Janeiro e até hoje em funcionamento. Tanto ele quanto as faculdades de Direito de Olinda e de São Paulo - instituídas por dom Pedro I em 1828 - eram destinados basicamente aos filhos da elite.

Ao adotar essas iniciativas na área da educação, o governo imperial tinha por objetivo ampliar o "grau de civilidade" do Brasil segundo o modelo importado da Europa. Essa política cultural envolvia também a criação de institições destinadas a pensar o país e a contribuir para a melhoria das condições de vida nas principais cidades brasileiras. Uma dessas instituições era a Acedemia Imperial de Medicina do Rio de Janeiro. Criada em 1830, a partir de 1835 ela tornou-se fonte de informações para assuntos relacionados à saúde e um dos primeiros espaços destinados a elaborar pesquisas visando a higienização do espaço urbano.

Outro importante órgão foi o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), criado em 1838, similar ao de Paris. Em sua sede, no Rio de Janeiro, reunia-se a nata da elite intelectual brasileira - historiadores, escritores, poetas, políticos... - para recolher documentos a respeito do Brasil e escrever sobre o passado da jovem nação. Embora o objetivo principal da instituição fosse valorizar o regime monárquico e o imperador, o trabalho do instituto se traduziu também em resultados práticos. Entre outras coisas, foram identificados vários sambaquis existentes no litoral brasileiro e resgatados ou copiados documentos referentes à nossa história que se encontravam nas província e no exterior.

(Luciano Mendes de Faria Filho. Instrução elementar no século XIX. In: Eliane Teixeira Lopes (org.). 500 anos de educação no Brasil. 2ª ed. BH: Autêntica, 2000.)

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