julho 11, 2013

Mito e realidade bandeirante.

Nome de ruas, avenidas, praças, estradas, emissoras de rádio e TV, palácios, monumentos, aviões: em São Paulo as referências aos Bandeirantes podem ser encontradas em vários lugares. Para muitos historiadores, essa exaltação dos sertanistas paulistas teria começado no século XIX, época em que São Paulo começava a se destacar no cenário nacional e sua elite desejava difundir o mito de uma pretensa superioridade sobre o país.

Segundo a historiadora Raquel Glezer, "diferentemente de Salvador e do Rio de Janeiro - sedes da colônia - e das cidades mineiras - esplendor da mineração - os intelectuais paulistas não tinham comprovante material do passado colonial glorioso". Dessa forma, com a construção do mito da sociedade bandeirante procurou-se transformar pessoas simples e rudes, quase sempre mestiços que andavam descalços pelos sertões à cata de índios e riquezas, em personagens heróicos, brancos, bem vestidos e dotados de uma força e de um heroísmo quase sobre-humanos.

Para algumas vertentes historiográficas, não se trata de considerar os bandeirantes heróis ou bandidos, mas sim de vê-los como fruto de uma época, ou seja, como pessoas que faziam parte de determinada cultura e viveram de acordo com os padrões da sociedade de seu tempo.

(AZEVEDO, Gislaine & SERIACOPI Reinaldo. História - série Brasil Ed. Ática, São Paulo, 1º ed., 2005.)

Nenhum comentário: